Mindfulness e Intervenção ABA

Mindfulness e Intervenção ABA

Mindfulness significa atenção plena: o ato de estar presente e consciente dos próprios pensamentos. Muitas vezes, somos consumidos por pensamentos sobre o passado e o futuro e, isso nos impede de cultivar a gratidão pelo momento presente.

Neurocientistas descobriram que a prática da atenção plena afeta áreas do cérebro relacionadas com a percepção, a consciência corporal, a tolerância à dor, a regulação da emoção, a introspecção, o pensamento complexo e o senso de si mesmo.

Um modo de manter o cérebro saudável, dar suporte à autorregulação, as aptidões eficazes para tomada de decisões e para nos proteger do estresse tóxico.

Não se trata de ficar sentado em uma sala e não pensar em nada por 20 a 30 minutos. Isso é impossível para a maioria das pessoas!

Em vez disso, atenção plena é o ato de estar verdadeiramente presente. O primeiro passo para ingressar na prática da atenção plena é usas essas perguntas como um guia para fundamentar a interação com o cliente: O que você vê? O que você ouve? Qual sabor você percebe? O que você sente?

O próximo passo é permitir que seus pensamentos flutuem dentro e fora de sua cabeça como nuvens que desaparecem. Podemos treinar o cérebro para estar atento usando a respiração profunda como estratégia. Concentrar-se na inspiração profunda e nas expirações ainda mais lentas é uma prática baseada em evidências para reduzir a ansiedade e aumentar o bem-estar mental.

Mas como isso se relaciona com a intervenção baseada ABA? Os clientes que atendemos apresentam diversas dificuldades, incluindo concentração, organização reduzida do pensamento, comportamentos-problema e dificuldade na interação social. Veja como podemos usar as estratégias de mindfulness para melhorar as habilidades em déficit:

Dificuldade de concentração: experimente um exercício de respiração profunda. Peça para o cliente inspirar em 4 tempos e expirar em 6. Tente fazer isso antes de apresentar uma tarefa. Isso o ajudará a ficar consciente da respiração e a se acalmar. Outra ideia é fazer com que o cliente participe de uma meditação guiada por 2 a 5 minutos. Depois de ter apresentado uma tarefa por três minutos (aproximadamente) com instruções verbais que exijam o repertório de ouvinte, faça perguntas do tipo “o que” e “onde” para avaliar a compreensão dele, por exemplo, onde o instrutor disse para colocar os pés? Resposta: “apoiados no chão”. As meditações guiadas são frequentemente acompanhadas de pequenos vídeo, que podem ser cativantes para o público mais jovem.

Organização de pensamento reduzida: experimente um plano de aula sobre como estar atento. Podemos categorizar nossos pensamentos em momentos futuros, passados ​​e presentes. Também poderíamos rotulá-los como sentimentos felizes, tristes, preocupados ou outros. Peça ao cliente que pare um momento e nomeie seus próprios pensamentos. Este exercício irá plantar a semente da autoconsciência, isto é, estar consciente dos pensamentos e ter a capacidade de guiar a linguagem enquanto falamos.

Faça uma pausa durante a sessão. Durante intervalos de 1 a 2 minutos, use algumas práticas de atenção plena, como um simples alongamento de ioga (postura da montanha com as duas mãos para cima). Enquanto o cliente estiver se alongando, ele também estará fazendo pausas e seguindo instruções de um passo.

Lidando com comportamentos-problema: a atenção plena ajuda a entender por que as pessoas se comportam da maneira como se comportam, assim como a análise funcional, isto é, compreender o que ela está ganhando ao emitir o comportamento. Aquilo faz sentido para ela naquele momento, senão não estaria fazendo. Compreender o ponto de vista do cliente é fundamental. Deixe o cliente livre para questionar os benefícios de fazer a tarefa de um modo e não do outro. Assim, todos irão relaxar um pouco, e você estará apto a enxergar e aproveitar as oportunidades de ensino que aparecem ao longo da intervenção. Dê ao cliente a oportunidade de refazer as regras do jogo, deixando claro que o desempenho no jogo e tarefa pode ser mudado com a prática.

Ainda, quando fazendo perguntas que estimulam a atenção plena, trazemos os clientes para o momento presente e temos mais probabilidade de evitar comportamentos disruptivos, seja para se esquivar das demandas ou ganhar a atenção do terapeuta.

Dificuldade na interação social: ajude o cliente a compreender que a socialização começa com o comportamento de ouvir ativamente o outro. Isto significa ensinar que ouvir é mais do que usar os ouvidos. Nós escutamos com os ouvidos, boca, mãos, braços, pernas e pés! Isto envolve como ouvimos e as mensagens não verbais que mandamos quando estamos num grupo e quando as pessoas estão conversando conosco. Ouvir com todo o corpo, focando e pensando no que está acontecendo no exato momento prepara o cenário para a comunicação e a interação bem-sucedida. Também, a prática da empatia é uma importante habilidade que deve ser colocada como meta de ensino. Ensinar o cliente a tomar a perspectiva do outro e demonstrar que o outro é importante. Treinar pequenas ações a serem adotadas no dia a dia é uma boa estratégia para desenvolver a interação social adequada. Comece ensinando comportamentos simples, como orientar o corpo e olhos na direção da pessoa que está falando, instalar o repertório de falante do tipo “sinto muito” e abraçar quando alguém estiver triste. Além disso, praticar a generosidade ensinando o cliente a elogiar e ajudar o colega que está por perto também é essencial quando trabalhamos com a atenção plena e a boa convivência.

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